interceptor

Novas mensagens, análises etc. irão se concentrar a partir de agora em interceptor.
O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Tuesday, October 17, 2006

Você sabe o que é burguesia nacional ?

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No final da década de 60, logo depois do golpe militar, o editor desta página resolveu tentar a vida no jornal Correio da Manhã, do Rio, e também no jornal Opinião, ambos de forte oposição. No caso de Opinião, um semanário, a idéia foi ganhar a vida produzindo free lances. O dono de Opinião era o empresário Fernando Gasparian. Ele também foi dono da Editora Paz e Terra. Fernando Gasparian morreu na semana passada em São Paulo, aos 72 anos. Até 1964, como empresário da área têxtil paulista, e depois do golpe, Gasparian sempre assumiu posições nacionalistas. Ele nunca foi comunista, mas trabalhou com os comunistas na luta pela redemocratização. À época era o que as esquerdas chamavam de "burguesia nacional". Os comunistas, sobretudo os comunistas, achavam que a "burguesia nacional" era sua aliada natural na luta democrática ou fora dela, até acumular força e estabelecer o comunismo. Eram empresários como Gasparian, a família Ermírio de Morais, os Gerdau. Isto nem existe mais.

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Os comunistas adoram pensar que a "burguesia nacional" tem contradições com a "burguesia internacional" (os americanos). O PT e gente como Olívio Dutra, que nunca aprenderam nada e nem esqueceram nada, chamam esses empresários de "agentes dos arranjos produtivos locais" e é por isto que apostam todas as suas fichas nessa cesta dispersa, sem fôlego, sem perspectiva e sem dinheiro e sem estatura alguma, estabelecendo relação de ódio com os empreendedores que ralmente contam no jogo global, como a Ford.

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www.polibiobraga.com.br - Porto Alegre, terça-feira, 17 de outubro de 2006

Arquitetura e ironia

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O edifício foi construído em 1954, num estilo chamado de “gótico-stalinista”, uma mistura do neoclássico russo com o design dos principais arranha-céus norte-americanos dos anos 30. Foi projetado originalmente para ser o hotel mais luxuoso de Moscou — só não avisaram aos arquitetos que não fazia muito sentido falar em luxo na URSS.

Monday, October 16, 2006

Chocolate Outubro Vermelho

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ARQUITETO FRANCÊS TORNA A PRAÇA VERMELHA EM ÍCONE DO CAPITALISMO
O arquiteto francês Jean-Michel Wilmotte está reinventando uma esquina da Praça Vermelha, em Moscou, para transformá-la em um projeto milionário que pode ser o primeiro a permitir que uma elite privilegiada se mude para o mais prestigiado endereço da Rússia. Quase em frente aos escritórios do presidente Vladimir Putin, no Kremlin, e a alguns metros da catedral de São Basílio, Wilmotte vai transformar um antigo armazém do Exército Vermelho no complexo residencial mais exclusivo do país. O edifício, situado na Praça Vermelha nº 5, foi originalmente projetado pelo arquiteto russo Roman Klein, em 1891, para ser um shopping center luxuoso. Mas, o local se tornou uma instalação militar, abrigando um armazém do Exército no porão após a Revolução Bolchevique de 1917. Até o ano passado, foi propriedade do Ministério da Defesa. Agora está prestes a ser transformada em um hotel com complexo de apartamentos projetado no pátio central. A fachada será preservada, pois compõe o conjunto da Praça Vermelha, protegido pela Unesco. Os edifícios no pátio central j 5; estão sendo destruídos, mas Wilmotte não pretende que os novos sejam muito diferentes do estilo das construções vizinhas. O projeto dos novos prédios ainda é bem clássico, com pedra e tetos em verdete (acetato de cobre). Os desenhos do arquiteto Wilmotte mostram pequenos blocos de apartamentos com grandes janelas, separados por pátios iluminados pelo sol. O edifício contém uma sucessão de espaços abertos, projetados para permitir que a luz do sol entre em seu pátio central. O prédio principal, com 32 mil metros quadrados, terá 118 quartos de hotel, enquanto os edifícios de 27 mil metros quadrados no pátio terão cem apartamentos, cada um com área de 150 a 250 metros quadrados. O projeto, de US$ 350 milhões, deve ser concluído no fim de 2008. Wilmotte também trabalha em um projeto de adaptação do prédio da fábrica de chocolates Outubro Vermelho, um impressionante edifício de tijolos aparentes situado em uma ilha do Rio Moscou, próxima do Kremlin. A fábrica será transformada em lofts.

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Acabou a conversinha mole, a gloriosa revolução teve, finalmente, um destino mais "palatável", virou nome de chocolate. Já... em outras latitudes ainda se condena a bem sucedida privatização da Vale do Rio Doce que, aliás, depois do episódio tornou-se a maior mineradora latino-americana...

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FERNANDO HENRIQUE CARDOSO DESAFIA LULA A REESTATIZAR A VALE DO RIO DOCE
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso desafiou Lula, na quinta-feira, a reestatizar a Companhia Vale do Rio Doce, privatizada por ele no seu segundo mandato na Presidência da República. Lula criticou a venda da companhia publicamente durante o último debate entre os presidenciáveis. As maiores críticas de Lula quanto à privatização comandada pela equipe de Fernando Henrique Cardoso giram em torno do fato dela teoricamente ter sido vendida por preço inferior a seu valor estipulado. Lula disse que não teria privatizado a Vale. Fernando Henrique Cardoso contra-atacou e afirmou que "o presidente Lula mente quando diz que não venderia a Companhia Vale do Rio Doce". Ele chegou a desafiar Lula a reestatizar a empresa e afirmou que, por causa das mentiras, o presidente está se tornando um político banal. Fernando Henrique então justificou a venda da empresa durante seu governo: "O governo não tinha condições de ampliar os investimentos na Vale. Em segundo lugar, a Vale, como as telefônicas, era um instrumento de cobiça política. Terceiro, sendo uma estatal, não tinha mobilidade para poder funcionar no mercado. E, quarto, ela estava submetida a muitas regras e pagava muito pouco imposto.
www.videversus.com.br
Porto Alegre, 16 de outubro de 2006 - Videversus nº 565

Sunday, October 15, 2006

Estranhamento

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Acho bastante estranho que sempre se refiram aos EUA como um "país violento". Como se o nosso não fosse, como se o malfadado III Mundo não fosse muito pior. Num fim de semana "brabo" em São Paulo costuma morrer muito mais que em um mês em L.A. ou N. York.

Acredito que este seja apenas mais um capítulo de "espelho social" em que projetamos nos outros aquilo que nós próprios somos.

À propósito...




(...)

Dito isso, neste 11 de setembro confesso que me sinto muito mais atemorizado pelos bandidos do Rio de Janeiro do que pelo Osama Bin Laden, mesmo depois de vê-los na montanha nesta semana.

Testemunhei poucos sinais de violência no Rio nos últimos anos, mas as histórias dos amigos, dos jornais, dos filmes e os números do crime são assombrosos.

Nos primeiros seis meses do ano,
135 policiais do Rio morreram à bala.

A polícia de Nova York está com 159 anos e morrem, em média, quatro policiais por ano. No Rio, nesta média de 19 por mês, vão morrer 228 neste ano. Não menos assustador é o número de pessoas que a policia mata.

O Rio vai ter mais de 10 mil homicídios em 2003.

Em Nova York, no pior da crise dos anos 80, quando as pessoas tinham medo de sair à noite, o número de mortes estava perto de 2 mil por ano. Agora está em torno de 600.

Qual é a cidade do medo neste 11 de setembro?

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2003/09/0